quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Planejamento Avaliação Diagnóstica


Plano: Avaliação Diagnóstica
5º ano/ 2º Ciclo
2019



Professoras regentes:
Rosangela Borges da Silva (5º ano “A” – Matutino)
Cristiana Pereira Alves (5º ano “B” – Vespertino)
Cleidson de Oliveira Gregório Garcia


Pedra Preta - MT
2019








APRESENTAÇÃO

O presente Plano de Ensino foi elaborado pelas professoras regentes do 5º ano/ 2º Ciclo, do ano de 2019, da Escola Estadual Profª Ivonne Tramarim de Oliveira, com orientação do coordenador pedagógico Cleidson de Oliveira Gregório Garcia e irá descrever os procedimentos a serem desenvolvidos no decorrer do referido ano, tornando-se instrumento base para as professoras e contribuirá para organizar a prática docente nas turmas do 5º ano/ 2º ciclo.
Dessa forma apresentamos uma estrutura que norteará o trabalho para que os Objetivos de Aprendizagem sejam abordados nos eixos das áreas de conhecimento, para assim possibilitar o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos de acordo com as habilidades de cada ano/ciclo.

JUSTIFICATIVA
Visto que nenhuma turma é homogênea não é viável iniciar o plano de ensino, partindo dos Objetivos de Aprendizagem do ano/ciclo que o aluno pertence. É importante mapear a turma de forma a ter visão das habilidades e dificuldades comuns e individuais. Partir da realidade para avançar com critérios estabelecidos através dos dados coletados e analisados.
A realização da Avaliação Diagnóstica no primeiro momento possibilita coleta de dados que irão nortear as ações do plano de ensino e do plano de intervenções necessárias para o desenvolvimento do ensino/aprendizagem.
Sem ter um perfil traçado da turma fica difícil estabelecer metas, a avaliação diagnóstica tem por função traçar esse perfil. 

OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL:
Recolher informações sobre as habilidades e dificuldades (individuais e comuns do grupo de alunos do 5º ano/2º ciclo).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Desenvolver atividades contextualizadas, para avaliação de habilidade de leitura, interpretação e escrita;
- Através da resolução de situações problemas com conceito de adição, subtração, multiplicação e divisão avaliar a habilidade de estratégias para resolver operações matemáticas;
- Promover momentos de integração entre os pares, para observar a disposição para negociar, resolver conflitos, ouvir o outro, respeitar as regras, etc.

METODOLOGIA
A aplicação da Avaliação Diagnóstica na turma do 5º ano contará com uso de diferentes estratégias para que aconteça de maneira dinâmica e funcional.
Na sequência de atividades propostas o foco será na leitura e interpretação de textos. Momentos de leitura individual, em voz alta, coletivamente serão propostos para avaliação por meio do texto: “Sua Avó, meu bassê” – Ruth Rocha o texto será lido, primeiramente, pela professora que logo após irá propor um momento de leitura compartilhada, onde cada aluno irá ler um parágrafo em voz alta, através dessa atividade será possível traçar um perfil de leitura em voz alta dos alunos, além de perceber a disciplina no respeito aos turnos de fala. Caso fique dúvida quanto à fluência de leitura do aluno, será proposto um momento para “tomar leitura” individualmente.
Ainda para avaliar a leitura os alunos serão desafiados a organizarem o texto fatiado, essa atividade será realizada em grupo. As observações na avaliação de leitura serão registradas em tabela elaborada (anexo1)
Também no contexto do texto: “Sua Avó, meu bassê” – Ruth Rocha, serão propostos momentos para avaliar a interpretação textual (informações explícitas no texto), esse momento será realizado através de atividade escrita (ora impressa, ora copiada do quadro). Também haverá momento de interpretação oral, que dará oportunidade aos alunos com dificuldade na leitura de realizar a interpretação.
Para avaliar a escrita ortográfica, serão propostas atividades de produção individual e coletiva de textos em momentos diversos: na elaboração do Contrato de Regras; descrição do animal de estimação; ditado estourado (com frases, que dará para avaliar a leitura, visto que cada aluno irá estourar um balão e ler a frase para que seja registrada pela turma); na organização de frases com uso de conectivos (coesão e coerência). As observações da escrita serão registradas em tabela elaborada (anexo2)
No componente Matemática o eixo a ser avaliado no diagnóstico inicial será Números e Operações (por ser a parte que estuda os números e suas operações o bloco mais elementar da matemática, sendo a base para os demais blocos) que através de situações problemas elaboradas no contexto da sequência didática do texto citado, contextualizadas no campo semântico “animais de estimação os que tenho e os que desejo”. Serão avaliadas as estratégias utilizadas para cálculo mental e registro de estratégias. Além da habilidade de elaborar a própria situação problema. Outro momento avaliativo nesse componente será nos momentos de jogos matemáticos selecionados para essa finalidade. (Nunca Dez; ASDM; etc). As observações do componente Matemática serão registradas em tabela elaborada (anexo3)
Outras situações serão propostas durante o diagnóstico para complementar os casos necessários.



CRONOGRAMA
Semanas
Ações
1ª semana
Avaliação Diagnóstica / Coleta de dados através de observação e registro em tabela apropriada
2ª semana
Avaliação Diagnóstica / Coleta de dados através de observação e registro em tabela apropriada/ Simulado
3ª semana
Análise dos dados coletados e elaboração das possíveis intervenções.
4ª semana
Análise dos dados coletados e elaboração das possíveis intervenções.

AVALIAÇÃO
1.    Avaliação Diagnóstica
1.1.        Identificar problemas e planejar soluções
           
Avaliar é lançar mão de uma totalidade de coisas, dividindo-o em partes para permitir que cada uma das partes seja devidamente e rigorosamente examinada, a avaliação é uma ferramenta importante para identificar quais ações em uma sala de aula podem ou não ter continuidade.
A avaliação diagnóstica é uma ferramenta de grande importância na organização escolar, pois contribui para o educador conhecer e compreender a realidade de seus educandos para obter informações necessárias e instrumentalizar por meio de registros, e a partir das informações intervir na realidade evidenciada de forma individualizada e da turma. Por conseguinte contribuir para realização de um planejamento adequado às características da turma e dos alunos. Devendo também, levar em consideração a caracterização da comunidade a qual a escola está inserida.

É através do procedimento diagnóstico que se permite concretizar a ideia de que a aprendizagem e a integração do saber e do ser têm mais probabilidade de ocorrer e de ter melhor qualidade quando se parte do que nos é familiar e próximo para novas aprendizagens e para a ampliação de novas competências. (HADJI, 1994; LEITE, 2002)
Daí se dá a importância de levar em consideração e valorizar a bagagem cultural que cada criança traz consigo. Através da avaliação diagnóstica, o educador pode colocar o discente num determinado grupo ou nível de aprendizagem, sem correr o risco de rotular o mesmo a caráter temporário da sua colocação e assim facilitar a verificação do desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem de seus educandos.
A partir do diagnóstico adquirido, o professor terá condições de avaliar os conhecimentos e aptidões e iniciar novas aprendizagens e identificar problemas nesse início de aprendizagens novas.
Além disso, a avaliação não pode ser tratada como algo destinado aos alunos, mas sim, ao aplicar uma avaliação, o professor também tem a oportunidade de rever conceitos e valores sobre sua prática, enquanto um profissional comprometido realmente com o bom desenvolvimento de seus alunos.
Contudo, a avaliação diagnóstica propõe ao professor estudar, organizar e coordenar ações que sirvam de base para analisar as aprendizagens anteriores e diminuir dificuldades futuras, visando aprofundar e consolidar os objetivos de aprendizagens almejados para o ano/ciclo em que o educando se encontra.
      Por fim, a avaliação diagnóstica, por pretender averiguar a posição do discente em face de novas aprendizagens que lhe serão propostas e das aprendizagens anteriores que servem de base para as novas, pode diminuir as dificuldades futuras e, em certos casos de resolver situações presentes.
2     - Avaliação: Somativa e Formativa
Historicamente as avaliações servem de base para que o professor faça registro de notas dos educandos, muitas vezes, inclusive, em ordem decrescente ou crescente, como forma de mostrar o desempenho escolar dos alunos. No decorrer do tempo passamos a manipular as notas como forma de medir quantitativamente e intuitivamente punir e excluir, ao invés de utilizá-las para intervir na prática pedagógica do professor e na aprendizagem dos alunos num processo evolutivo de construção do conhecimento. Muitas vezes, em conversas com os familiares das crianças, nos atentamos em revelar dados comportamentais das mesmas, mas o Educador deve lembrar-se também de comentar sobre a rotina diária de aprendizagens que a escola oferece.
Na maioria das vezes os responsáveis legais por essas crianças em idade de escolarização não oferecem a necessária atenção às atividades desenvolvidas por elas, talvez por não saberem de sua importância. Daí a necessidade de expor aos pais e/ou responsáveis a metodologia utilizada por nossa escola.
Nossa metodologia de ensino é congruente aos métodos avaliativos denominados como avaliação formativa, pois segundo Zabala ela tem como:
“finalidade fundamental do ensino a formação integral da pessoa, e conforme uma concepção construtivista, a avaliação sempre tem que ser formativa, de maneira que o processo avaliador [...] tem que observar as diferentes fases de uma intervenção que deverá ser estratégica”, (ZABALA, 1998, pág. 201).
Portanto, a avaliação formadora analisa as várias etapas de situação de aprendizagem: o “ponto de partida”, denominada por Zabala como avaliação inicial e fundamentada em objetivos bem definidos; após análise, planejamento de intervenções pedagógicas; efetivação do plano de intervenção em sala de aula (tarefas e atividades), segundo Zabala seria a avaliação reguladora; por fim, a avaliação mediadora adéqua-se às necessidades de aprendizagem dos estudantes, para assim chegarmos à avaliação final.
É imprescindível salientar que embora exista a palavra “final”, a avaliação formativa é contínua, portanto em alguns momentos o processo educativo exigirá novas propostas de intervenção para que os objetivos analisados sejam introduzidos, trabalhados e, dependendo do ano, consolidados.
Ainda em conformidade com Zabala, “uma escola centrada quase que exclusivamente nos conteúdos conceituais, especialmente os factuais, de conhecimento enciclopédico, limita os instrumentos avaliativos habitualmente utilizados às provas de papel e lápis. Esta forma de conhecer os resultados obtidos pode ser bastante adequada no caso dos conteúdos factuais, mas não é tanto quando se trata de conteúdos conceituais ou procedimentais. E podemos afirmar que não o é, em absoluto, quando os conteúdos a serem avaliados são de caráter atitudinal.”
Sendo assim diferentes “saberes” devem ser avaliados, também, de diversas formas. Não cabendo apenas o papel e lápis para avaliar os garotos, nem tão pouco abolir as provas tradicionais.
A avaliação formativa exige pesquisa, reflexão e também ação constantes, para assim mediar o ensino aprendizagem das crianças, verificando sempre seus desafios e avanços. Muitas vezes até tendo que mudar os rumos do próprio planejamento para adequá-lo aos problemas de ensino aprendizagem.
Tal avaliação tem como base ser na medida, para que a ensinagem faça sentido e seja concomitante com a vida escolar e também com as experiências de vida. Rosenei em sua tese, Avaliação para a Aprendizagem: A Articulação entre Ensino, Aprendizagem e Avaliação, cita a afirmação (apud CARVALHO, 2013, p.233) que “as avaliações são formativas quando contribuem para a regulação do processo de aprendizagem”.
Tendo em vista o processo pedagógico, não podemos desconsiderar os diferentes saberes dos nossos alunos, portanto, em alguns momentos serão necessários métodos avaliativos diversos em conformidade com os desafios apresentados por nossos estudantes e cada conteúdo a ser observado o seu desempenho, sejam eles: conceituais, factuais ou atitudinais.
Nos conteúdos factuais, como afirma Zabala, “o que nos interessa saber, neste momento, é se são capazes de lembrar os nomes, os dados, os títulos, as datas etc. Quando a nossa necessidade é esta, a atividade mais apropriada para avaliar o que sabem será a simples pergunta” (ZABALA, 1998, pág. 203), portanto, nesse momento faz-se necessário as atividades denominadas tradicionais, justifica-se a presença dela por sua eficácia ao levar o aluno a refletir sobre suas práticas educacionais e cotidianas, para assim firmar seu desempenho de forma descritiva e registrada. Garantindo o tipo de ajuda que será proposta ao aluno para a efetiva contribuição em sua jornada escolar.
No entanto, tais atividades tradicionais não são tão eficazes para garantir a observação dos conteúdos conceituais, pois esses exigem a percepção do grau de aprendizagem dos garotos e não se “sabem ou não sabem”. Cabendo aqui atividades “em que os alunos possam demonstrar que entenderam, assim como sua capacidade para utilizar convenientemente os conceitos aprendidos” (ZABALA, 1998, pág. 204).
Os conteúdos procedimentais exigem a capacidade do aprendiz de “saber fazer, e o conhecimento sobre o domínio deste saber fazer só pode ser verificado em situações de aplicação destes conteúdos” (ZABALA, 1998, pág. 207). Sendo assim, ainda em conformidade com os estudos de Zabala “o que define sua aprendizagem não é o conhecimento que se tem dele, mas o domínio ao transferi-lo para a prática”, portanto, nosso aluno deve ter sua aprendizagem significativa, por exemplo, quando estamos observando a aprendizagem relacionada ao gênero carta ou convite, precisamos analisar suas habilidades na prática, ou seja, a escrita do texto e, no caso, o envio do mesmo, para assim diagnosticar o nível de aprendizagem da criança. Em palavras do próprio Zabala:
As habituais provas de papel e lápis, no caso dos conteúdos procedimentais, só têm sentido quando se trata de procedimentos que se realizam utilizando papel, como a escrita, o desenho, a representação gráfica do espaço, os algoritmos matemáticos etc. [...] Devem ser atividades abertas, feitas em aula, que permitam um trabalho de atenção por parte dos professores e a observação sistemática de como cada um dos alunos transfere o conteúdo para a prática. (ZABALA, 1998, pág. 207)

Concluímos então que certos casos de verificação de aprendizagem clamam por planejamento de atividades, muitas vezes, criticadas por serem tradicionais, mas o que a define como tradicional, é o “olhar”, tanto de quem a elabora, quanto de quem a observa. Pode ser tradicional a elaboração de atividades previamente feitas pelos educandos, e após sistemáticas leituras, os mesmos devem respondê-las prontamente em um pedaço de papel, sem ao menos refletir sobre os conhecimentos adquiridos, por exemplo.
Para que haja eficácia na obtenção de informações referentes ao conhecimento que os educandos apresentam nos conteúdos factuais, repetimos, que se faz necessário a elaboração de atividades avaliativas registradas em papel, com datas previamente definidas e colaboração de toda comunidade escolar. Pois, com a participação de todo o corpo docente e a família, dos estudantes envolvidos no processo de tais atividades, teremos certamente melhoras no desempenho escolar das crianças.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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________. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Currículo na Alfabetização: concepções e princípios. Ano 01. Unidade 01. Brasília: MEC/SEB, 2012.
________. Parâmetros Currículares Nacionais/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998
CARVALHO, Rosenei Bairros de Freitas. Avaliação para a aprendizagem: a articulação entre ensino, aprendizagem e avaliação (Mato Grosso – Brasil). Tese de doutorado (Universidade de Lisboa – Instituto de Educação), 2013.
DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michele; SCHNEUWLY, Bernard. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2004, p. 82
ELLIOT, John. La investigación-acción en educación. Tradução de Pablo Manzano. 3. ed. Madrid: Morata, 1997.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido 30 anos depois. In: FREIRE. A. A.F. Pedagogia dos Sonhos Possíveis. São Paulo: Unesp, 2001.
Hadji, C. A avaliação, regras do jogo. Das intenções aos instrumentos. Porto: Porto Editora. 1994.
Leite, L. As actividades laboratoriais e o desenvolvimento conceptual e metodológico os alunos. Boletín de las ciências, 2002.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. Cortez Editora: São Paulo, Coleção Magistério 2° Grau Série Formando Professor, 1994.
MATO GROSSO. Secretaria de estado de Educação. Escola Ciclada de Mato Grosso: Novos Tempos e Espaços para Ensinar – Aprender a sentir, ser e fazer. Cuiabá: Seduc, 2000.
PERRENOUD, Philippe. “Construir competências é virar as costas aos saberes?” In: Revista Pátio, Porto Alegre: ARTMED, ano 03, nº 11, jan. 2000 (p. 17)
____________, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação.11. ed. São Paulo, SP: Cortez, 2002.
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